quinta-feira, 26 de agosto de 2010

           

          NENHUM TIPO DE DISCRIMINAÇÃO É LEGAL!!!TEMOS QUE ABRIR A MENTE PRA TUDO PRINCIPALMENTE PARA O PRECONCEITO NÃO É DIFÍCIL, UM POUCO DE ESFORÇO RESOLVI TUDO NÃO DOI E NEM MACHUCA SÓ É UM PASSO A FRENTE  ESTAMOS EM PLENO SÉCULO XXI MAIS ATÉ PARECE QUE A MENTALIDADE FICOU  NO SÉCULO PASSADO!!!PASSO A FRENTE!!!

        
                                                 jurema werneck
              

A carioca Jurema Werneck, nascida no Morro dos Cabritos, em Copacabana, encara a vida como um evento de ação e reação. Dona de um olhar racional sobre as questões que permeiam o mundo, suas análises por mais que num primeiro momento, soem rígidas, instigam, no mínimo, uma reordenação do pensar. Para se ter uma idéia, quando o assunto é sentimento, Jurema cita o Romantismo - movimento artístico e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII, na Europa – muito mais que um estilo e pontua, “o amor também é uma forma de dominação pessoal, cultural e até social que teve lugar, data e hora marcada para nascer” e questiona: “quantas mulheres até hoje são subjugadas em nome do amor?”. O diferencial está na maneira como apresenta o seu ponto de vista, parece um convite tímido e meio envergonhado como o próprio sorriso. O que não significa incerteza no que diz, muito pelo contrário, seu discurso é coerente e o defende com veemência.







Outra característica marcante da personalidade de Jurema é o poder de articulação. Por atrás de cada argumentação, há embasamento teórico, vivência e reflexão. Para ela o ponto de partida é: “valorizar o humano na integralidade, sem desconsiderar que tudo tem um grau extremo de responsabilidade”. E contextualiza o seu pensamento com uma pergunta que é quase uma resposta: “o que foi a escravidão senão uma negociação européia com lideranças africanas?”. E segue o mesmo raciocínio para falar de religiosidade, “olho para as entendidas e vejo que elas também se aborrecem, e isso é extremamente uma característica da humanidade”. O interessante é que, diante tais conjunturas, é possível observar um brilho no olhar e um ar de satisfação pelo o exercício intelectual. E fica evidente que suas aliadas são a razão e a ciência, no entanto destaca: “acredito na ancestralidade, mas isso não é religião é memória”.






Leia a entrevista completa na Revista Eparrei nº 14. Uma publicação do depto. de Comunicação da Casa de Cultura da Mulher Negra.
 
copiado http://estimativa.ning.com/profiles/blogs/o-jeito-de-ser-de-jurema
 
 
Entrevista

Jurema Werneck





“O Brasil é racista”



A coordenadora da ONG Criola, Jurema Werneck, é direta: “O Brasil é racista”. E também o governo, que organizou mal a Conferência de Igualdade Racial: além de discriminar outras minorias, não havia uma política a avaliar ou um plano de ação a aprimorar. “Apenas retórica de péssima qualidade”, reclamou. Médica, doutora em Comunicação pela UFRJ, Jurema conclama o profissional da saúde a participar da luta contra o racismo, que deveria ser parte da razão pela qual trabalham e vivem. “Torna as pessoas melhores”.



O que é igualdade racial para você?



É a igual possibilidade de acesso a direitos e bens públicos. É a possibilidade de estar no mundo sem viver em diferentes formas de violência.



Qual a importância da inclusão dos profissionais da saúde nesta discussão?



É um imperativo político e ético. Profissionais de saúde têm uma obrigação que não estão cumprindo adequadamente, por diferentes razões. Os indicadores de saúde das populações negra e indígena — TODOS! — demonstram isso. Portanto, a inclusão deles no debate e nas ações de superação do racismo e de seus impactos em nossas vidas é fundamental.



Você ouve queixas do tratamento dado aos negros na saúde?



Sempre recebo denúncias. O racismo é descarado e de crueldade incrível, considerando a grande vulnerabilidade da pessoa e da coletividade nas demandas de saúde. Não falo apenas do racismo interpessoal, que trata mal, que sonega informações, exames, tratamentos. Falo também na diferença de oferta da política de saúde e do SUS. Sempre encontramos os piores indicadores em áreas de grande participação negra e indígena. Finge-se desconhecer que parte da população cigana é nômade há milhares de anos — e não se disponibilizam políticas públicas para esse povo porque não tem endereço fixo. Esperam que achemos natural ter um vice-presidente que transformou em doença crônica um câncer agressivo, enquanto pessoas morrem de causas indeterminadas, em condições que favorecem a crescente presença do câncer entre nós.



O que fazer?



Profissionais de saúde sabem da desigualdade. Muitos a praticam. Grande parte é conivente, silencia. Participar da luta antirracismo deveria ser parte da razão pela qual trabalham e vivem. Torna as pessoas melhores, inclusive quem trabalha com saúde. Participar se justifica também como oportunidade de melhorar a qualidade do trabalho. E já existe uma ótima ferramenta para auxiliar nessa tarefa: a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, por exemplo, que diz que o sistema de saúde deve agir para enfrentar o racismo dentro e fora de suas fronteiras e atuar para a redução da morbimortalidade de negras e negros. Se estas razões não são suficientes (acredito que seja uma minoria), devem agir para a equidade, a universalidade e a integralidade porque foram contratados e pagos para isso.



Apesar da Lei Caó e das cotas, a luta dos negros desperta mais resistência?



Trata-se da voz do racismo falando. O que conquistamos até aqui, senão o direito de repudiar o racismo? Somos, neste ano de 2009, em torno de 100 milhões de pessoas no Brasil (não podemos ser chamados de minoria!) e temos os piores indicadores socioeconômicos e de saúde... Como definir isso como “demasiado favorecimento”? Muitos e muitas acham que é demasiado porque consideram adequadas as violências que vivemos. É racismo ou não é?



Como um país supera uma tragédia como a escravidão?



O racismo é uma tragédia que não se explica pela escravidão, e sim pelo desejo e o poder de uns — em nosso caso, de mulheres e homens brancos — de infligir violência e morte àqueles e àquelas que consideram inferiores. Poder que tem se mantido ao longo dos séculos. A escravidão foi um sistema de hiper-exploração econômica. Superá-la implica reparações e políticas distributivas. O racismo requer muitas outras medidas. Não se trata de pecado ou culpa que devam se expiadas — mas concordo que há uma questão ética a ser resolvida também. As leis, as ações afirmativas — as cotas aí incluídas — são parte da solução. Mas muito mais deverá ser revolvido e removido para que a justiça se instaure.



Como você avaliou a conferência?



Ela só esteve na pauta governamental por pressão do movimento social antirracismo. Assim, considero sua realização uma conquista. Por outro lado, o governo se saiu muito mal. Não havia uma política a avaliar, não havia um plano de ação a aprimorar. Havia apenas retórica de péssima qualidade (e não falo de um ministro em especial, mas da maioria dos agentes governamentais que lá estiveram), iniciativas vergonhosas de cooptação, ausência do presidente Lula. E a reiteração do compromisso de grande parte do movimento social em não aceitar retrocessos nem negociações espúrias no governo e no Congresso que ameacem as conquistas e as lutas da população negra no Brasil.



Na discussão sobre saúde, os debates priorizaram a saúde da população negra. Por que não das outras etnias?



O Brasil é racista e o governo, que organizou a conferência e suas mesas, também. Assim, grupos são excluídos, prejudicados. Acredito também que o governo considerou que nós, negras e negros ali presentes, compactuaríamos com esta discriminação. E que indígenas, mulheres e homens judeus, árabes/muçulmanos, ciganos silenciariam e aceitariam esta exclusão. Felizmente, estávamos todos e todas lutando pela mesma causa. O governo ainda nos deve uma explicação adequada. (A.D.L.) n ç

http://www4.ensp.fiocruz.br/radis/86/capa-02.html

Biografia


                                          Juliano Moreira
                                                     

Nascido em Salvador, afro-descendente e de origem pobre, entrou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1886, formando-se aos dezoito anos, em 1891, e se tornando professor da Faculdade.



Já em 1900 representa o Brasil em congressos internacionais: em Paris, neste ano - sendo também eleito Presidente Honorário do 4º Congresso Internacional de assistência a alienados, em Berlim; também foi congressista brasileiro em Lisboa, em 1906; Milão e Amsterdão, em 1907; Londres e Bruxelas, em 1913.



Em 1903, após ter exercido a clínica psiquiátrica na Faculdade Baiana, mudou-se para o Rio de Janeiro.



Durante seu trabalho na direção do Hospício Nacional dos Alienados, do Rio de Janeiro, humanizou o tratamento e acabou com o aprisionamento dos pacientes.



Defendeu a idéia de que a origem das doenças mentais se devia a fatores físicos e situacionais, como a falta de higiene e falta de acesso à educação, contrariando o pensamento racista em voga no meio acadêmico, que atribuia os problemas psicológicos do Brasil à miscigenação. Foi importante representante internacional da Psiquiatria brasileira.



Dentre as instituições das quais foi membro Juliano Moreira, contam-se: Antropolegische Gesellschaft (Munique); Societé de Medicine (Paris); Medico-legal Society (Nova York). Juliano Moreira foi membro da Diretoria da Academia Brasileira de Ciências entre 1917 e 1929, tendo ocupado o cargo de Presidente no último triênio.



texto retirado:http://pt.wikipedia.org/wiki/Juliano_Moreira

historias da médicina no brasil

                                                                            
A Academia Nacional de Medicina é uma instituição médica centenária, fundada no Brasil em 1829 pelo Dr. Souza Meireles sob o nome de Sociedade de Medicina. Posteriormente foi chamada Academia Imperial de Medicina. Recentemente foi presidida pelo Dr. Neves Manta. Há 100 membros titulares que ingressam na instituição mediante apresentação de teses científicas. Numa de suas dependências, um pequeno Museu mostra, por exemplo, o primeiro estetoscópio chegado ao Brasil.




Até o século XIX floresciam curandeiros, alguns charlatães, feiticeiros. O primeiro médico prático do Rio de Janeiro foi Aleixo Manuel, o velho, em meados do século XVII. Os caboclos empregavam a vaga medicina dos pajés e os negros, seus amuletos e ervas. Em certas ruas, barbeiros apregoavam drogas, faziam sangrias. Não havia Faculdade de Medicina e os cariocas que desejavam curar seus semelhantes eram obrigados a ir estudar em Coimbra. A medicina do tempo do Primeiro Reinado, embora D. João VI tivesse trazido alguns bons médicos para o Rio de Janeiro, era do "tipo caseiro": rodelinhas de limão nas frontes para enxaquecas, suadouros de sabugueiro e quina, para as febres: cataplasmas contra as asmas: antipirina para as dores de cabeça; banhos de malva para as dores nas cadeiras; um "cordial" contra a insônia e, para os loucos, o Hospício, na Praia Vermelha.



O Rio de Janeiro foi sempre no tempo colonial um verdadeiro "campo experimental" para remédios, tal sua quantidade. Além de serem imitados os de Portugal, havia especialidades indígenas ou africanas. Na Farmacopeia de Vigier, de 1766, são anotados: para a sífilis, carne de víbora em pó; para a tuberculose pulmonar ou "chaga de bofe", açúcar rosado com leite de jumenta ou cabra; para a verminose, raspas de chifre de veado; para a calvície, pomada de gordura humana retirada dos enforcados; nas anginas, pescoço de galo torrado e pulverizado; para panarícios, pasta de minhocas; havia chás feitos com excrementos de gatos e cães, percevejos, urina, carne e pele de sapos e lagartixas. Uma emulsão conhecida como ´da castidade´ era dada a padres e freiras como antiafrodisíaco: levava água de alface, rosas e sementes de papoulas.



Após abrir os portos do Brasil às nações amigas de Portugal, D. João VI assinou, em 18 de fevereiro de 1808, o documento que mandou criar a Escola de Cirurgia da Bahia (Atual UFBA) e deu início ao ensino da medicina no país.[4] A Faculdade de Medicina da UFRJ foi criada pelo príncipe regente D. João, por Carta Régia, assinada em 5 de novembro de 1808, com o nome de Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia e instalada no Hospital Militar do Morro do Castelo. [5]



A interiorização do ensino da medicina começou somente em 1950 quando foi fundada a primeira faculdade de medicina do interior do Brasil, a Faculdade de Medicina de Sorocaba da PUC-SP.[6]



Em 13 de junho de 1954 o diretor do Instituto Brasileiro de História da Medicina plantou no Jardim Botânico do Rio uma muda vinda da árvore de Hipócrates, multimilenar, que ainda existe na ilha de Cós, na Grécia.

copiado http://pt.wikipedia.org/wiki/Olhos_Negros

pessoas negras imfluentes na aréa da saúde

Apesar de ter crescido com todo conforto no interior do Paraná, Dulce Pereira de Brito, 34 anos, teve que terminar os estudos numa escola pública de São Paulo porque a família precisou mudar-se. Ela sentiu a conseqüência da queda na qualidade do ensino na prova do vestibular: "Tive que fazer três anos de cursinho", lembra Dulce, que cursou a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Durante os seis anos da graduação, conviveu com diferentes reações de colegas e professores pelo fato de ser uma das cinco negras entre os 600 alunos do curso. "Há os indiferentes, os que nos admiram e os que discriminam", define. Professora de clínica-geral da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e médica intensivista da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas de São Paulo, ela aprendeu a lidar com quem desconfia de sua capacidade profissional. "Me aproximo e mostro que o preconceito é infundado."




O carioca Ivan Jorge Ribeiro, 53 anos, é um homem de vanguarda na medicina brasileira. Aluno da Universidade Federal do Rio de Janeiro e especializado em cirurgia, ele foi trabalhar na Marinha assim que se formou. Lá, conheceu uma especialidade pouco comum: a medicina hiperbárica, que trata a alteração da pressão arterial em mergulhadores. Ribeiro tornou-se um dos principais especialistas nessa área e, em 1980, montou o Centro Médico Hiperbárico de São Paulo, onde trabalha até hoje. Ele aplica as técnicas do uso do oxigênio como tratamento terapêutico. Também leciona nos cursos de medicina das Universidades de São Paulo e de Campinas . Filho de operários (pai marceneiro e mãe manicure), o médico se considera uma pessoa de sorte por ter conseguido freqüentar escola privada e cursar a faculdade que queria. "O que


"QUE FALTA PARA O NEGRO TAMBÉM FALTA PARA O POBRE CONSEGUIR CHEGAR AO CURSO SUPERIOR: MELHOR QUALIDADE DE ENSINO, EMPREGO E MELHORES SALÁRIOS"




IVAN JORGE RIBEIRO

texto copiado do http://racabrasil.uol.com.br/Edicoes/87/artigo8633-1.asp

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

ESSE VÍDEO MOSTRA QUE DEUS PODE SER DE QUALQUER COR ATÉ MESMO  NEGRO NÃO  SE IMPORTEM COM A COR DA PELE DAS PESSOAS PENSEM QUE DEUS PODE SER NEGRO,BRANCO,AMARELO E SE DEUS FOR NEGRO MESMO, O QUE VOCÊS VÃO FAZER DEIXAR DE ADORA-LO PORQUE ELE É NEGRO?EU ACHO QUE NÃO! ENTÃO, TEMOS QUE DEIXAR ESSE RACISMO DE LADO E COMEÇAR A PENSAR COMO PESSOAS DE CÉREBROS NORMAIS.

Racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Onde existe a convicção de que alguns indivíduos e sua relação entre características físicas hereditárias, e determinados traços de caráter e inteligência ou manifestações culturais, são superiores a outros. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas onde a principal função é valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, em que alguns acreditam ser superiores aos outros de acordo com sua matriz racial. A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade e ao complexo de inferiridade, se sentindo, muitos povos, como sendo inferiores aos europeus




TEXTO TIRADO DA http://pt.wikipedia.org/wiki/Racismo

terça-feira, 24 de agosto de 2010

D.IVONE LARA UM SORRISO NEGRO.


UM SORRISO NEGRO
Um sorriso negro, um abraço negro
Traz....felicidade
Negro sem emprego, fica sem sossego
Negro é a raiz da liberdade
..Negro é uma cor de respeito
Negro é inspiração
Negro é silêncio, é luto
negro é...a solução
Negro que já foi escravo
Negro é a voz da verdade
Negro é destino é amor
Negro também é saudade.. (um sorriso negro!)

Um sorriso negro, um abraço negro }
Traz....felicidade
Negro sem emprego, fica sem sossego
Negro é a raiz da liberdade
..Negro é uma cor de respeito
Negro é inspiração
Negro é silêncio, é luto
negro é...a solução
Negro que já foi escravo
Negro é a voz da verdade
Negro é destino é amor
Negro é destino é amor..

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sebastião José de Oliveira






Sebastião José de Oliveira nasceu no bairro de Cascadura, na cidade do Rio de Janeiro, em 3 de novembro de 1918. Filho de Onofre José de Oliveira e Jesuína da Fonseca Oliveira sempre se orgulhou de sua ascendência africana e cresceu ouvindo as histórias sobre seus antepassados contadas por seus pais, mas sobretudo por sua avó, materna Bernardina. Freqüentou o Curso Secundário ( atual Ensino Médio) no Ginásio Arte e Instrução, também no bairro de Cascadura. Em 1941 diplomou-se em Medicina Veterinária pela Escola Nacional de Veterinária, sedes da Praia Vermelha e Maracanã ( atual Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro).



Foi discípulo de Hugo de Souza Lopes, que substituiu Lauro Travassos na cadeira de Zoologia Médica e Parasitologia, na Escola Nacional de Veterinária e, através do qual chegou ao Instituto Oswaldo Cruz, em 1939, como estagiário sem remuneração da "Secção de Helmintologia", chefiada por Lauro Pereira Travassos. Esta porém não era a primeira vez que Sebastião José de Oliveira atravessava os portões de Manguinhos. Anos antes, já havia tido esta experiência, quando por ser aficcionado por aviação, esteve no Museu de Anatomia Patológica, no 3º andar do Castelo Mourisco, para ver a perna do aviador italiano Del Plete, que havia morrido quando o avião Savoia-Marchetti, que pilotova, caiu na Baía de Guanabara, na altura da Ilha do Governador, durante um vôo de demonstração. Para tal feito, teve a companhia de seu primo Edgard do Espírito Santo, que assim como outros dois de seus primos, João do Espírito Santo e Francisco Gomes, o Chico Trombone, eram serventes no Instituto Oswaldo Cruz.



Na antiga "Secção de Helmintologia", além de Lauro Pereira Travasssos, pode trabalhar ao lado de pesquisadores como Herman Lent, João Ferreira Teixeira de Freitas, Domingos Arthur Machado Filho, Manoel Cavalcanti Proença, Romualdo Ferreira D'Almeida, Hugo de Souza Lopes e, ainda, com o fotógrafo e técnico Mário Ventel, técnicos Antonio Nobre e José de Carvalho e outros auxiliares.



Inicialmente. Hugo de Souza Lopes o orientou para o estudo de moscas da família Cruziidae ( Acaliptrata). O estagiário Sebastião José de Oliveira já trazia consigo uma paixão: a família Chironomidae, díptero pouco estudado na época, e que trazia como lembrança de sua infância, quando brincava com os "bichinhos vermelhos", no quintal de sua casa e, que anos mais tarde, descobriu tratar-se das larvas de Chironomidae. Mas, como bom estagiário, estudou não só a família Cruziidae, mas também outras, o que fez com que, ainda em 1941 publicasse seu primeiro trabalho "Sobre Ophyra aenescens (Wiedemann, 1830) ( Diptera, Anthomyidae)". Feito isto, Souza Lopes quis encaminhá-lo para estudar taxonomia e biologia de Culicidae (Insecta : Diptera) com Gustavo Mendes de Oliveira Castro, o que não se concretizou, porém, seu autodidatismo acabou por fazê-lo encontrar-se com John Lane, do Instituto de Higiene de São Paulo e Nelson Cerqueira, que trabalhavam para a Fundação Rockefeller.



Em 1940, Neiva, Travassos e Souza Lopes pleitearam para ele uma vaga como entomologista no Serviço de Malária da Baixada Fluminense, cujo Laboratório de Entomologia era chefiado por Gilberto de Freitas. Neste laboratório conheceu Pedro Wygozinski, do qual se tornou amigo e com o qual veio a publicar posteriormente.



Em 1942, por indicação também de Neiva, Travassos e Souza Lopes, foi convidado por César Pinto para integrar o Serviço de Doenças Parasitárias, do Departamento Nacional de Estradas e Rodagem, que estava construindo a primeira rodovia Rio-Bahia com sede na cidade de Figueira do Rio Doce, que no ano seguinte teve seu nome mudado para Governador Valadares. Dias antes de sua partida para Figueira do Rio Doce, pode ter uma experiência inesquecível, que foi ter sua armadilha de Shannon fabricada por Lauro Travassos.



Retornou no final de 1943 e em 1944 foi trabalhar na Companhia de Anelinas e Produtos Químicos Geigy do Brasil Sociedade Anônima, fazendo experiências com DDT, sobre as quais publicou com Herman Lent e Isaac Moutsaché.



Durante todo este tempo, permaneceu como estagiário sem remuneração do Instituto Oswaldo Cruz, até ser contrato. Grande parte do acervo da Coleção Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz foi constituído a partir das excursões realizadas por Lauro Travassos, que inicialmente foram incentivadas e apoiadas pelo Major Moacir Alvarenga. Das oito excursões realizadas, Sebastião José de Oliveira participou de quatro e, mencionando-se apenas a primeira excursão, foram coletados 200 mil exemplares de Coleoptera. É muito comum encontrar exemplares do acervo da Coleção Entomológica com rótulos como "Travassos/Oliveira/Adão" ou "Travassos/Oliveira/Pearson". "Adão", era Manoel Adão, assistente de Isaac Moutsaché e "Pearson"



Autor de 95 trabalhos envolvendo as áreas científicas e de divulgação, bem como comentários sobre livros de ciência e de contribuições a trabalhos de outros pesquisadores, Sebastião é pioneiro nos estudos de Chironomidae.



Responsável pela descrição de vários insetos novos para a ciência. Dentre estes, os gêneros Lopescladius, Brasixenos, Corytibacladius e Laurotanypus e, 70 espécies novas. Um gênero Oliveiriella e 10 espécies de insetos, descritos por outros pesquisadores, receberam o nome oliveirai, em homenagem à sua contribuição à ciência.



Agraciado pelo Governo do Estado, em 1985, com o Prêmio Estácio de Sá (Ciência) e pela Associação Nacional de Defesa dos Direitos do Negro, 1988, com o Prêmio Zumbi e, em 1995, recebeu a Medalha Tiradentes da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.



Eleito em 1993 para Academia Brasileira de Medicina Veterinária, para a cadeira que tem como Patrono o Prof. Hugo de Souza Lopes.



Em 1998, com 80 anos, defendeu a tese "Contribuição ao conhecimento dos Chironomidae marinhos (Insecta, Diptera) do litoral brasileiro", com a qual obteve o grau de Doutor em Ciências (Entomologia) no Curso de Pós-Graduação em Biologia Parasitária do Instituto Oswaldo Cruz.



TEXTO TIRADO http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=211&sid=77