quinta-feira, 26 de agosto de 2010

                                                 jurema werneck
              

A carioca Jurema Werneck, nascida no Morro dos Cabritos, em Copacabana, encara a vida como um evento de ação e reação. Dona de um olhar racional sobre as questões que permeiam o mundo, suas análises por mais que num primeiro momento, soem rígidas, instigam, no mínimo, uma reordenação do pensar. Para se ter uma idéia, quando o assunto é sentimento, Jurema cita o Romantismo - movimento artístico e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII, na Europa – muito mais que um estilo e pontua, “o amor também é uma forma de dominação pessoal, cultural e até social que teve lugar, data e hora marcada para nascer” e questiona: “quantas mulheres até hoje são subjugadas em nome do amor?”. O diferencial está na maneira como apresenta o seu ponto de vista, parece um convite tímido e meio envergonhado como o próprio sorriso. O que não significa incerteza no que diz, muito pelo contrário, seu discurso é coerente e o defende com veemência.







Outra característica marcante da personalidade de Jurema é o poder de articulação. Por atrás de cada argumentação, há embasamento teórico, vivência e reflexão. Para ela o ponto de partida é: “valorizar o humano na integralidade, sem desconsiderar que tudo tem um grau extremo de responsabilidade”. E contextualiza o seu pensamento com uma pergunta que é quase uma resposta: “o que foi a escravidão senão uma negociação européia com lideranças africanas?”. E segue o mesmo raciocínio para falar de religiosidade, “olho para as entendidas e vejo que elas também se aborrecem, e isso é extremamente uma característica da humanidade”. O interessante é que, diante tais conjunturas, é possível observar um brilho no olhar e um ar de satisfação pelo o exercício intelectual. E fica evidente que suas aliadas são a razão e a ciência, no entanto destaca: “acredito na ancestralidade, mas isso não é religião é memória”.






Leia a entrevista completa na Revista Eparrei nº 14. Uma publicação do depto. de Comunicação da Casa de Cultura da Mulher Negra.
 
copiado http://estimativa.ning.com/profiles/blogs/o-jeito-de-ser-de-jurema
 
 

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